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O preço da lealdade, os heróis esquecidos e a delação forjada de Mauro Cid

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Quem não lembra o emblemático caso do jornalista Oswaldo Eustáquio, bolsonarista raíz que entrou na cadeia andando e saiu sobre uma cadeira de rodas? Mesmo sem ter cometido crime, sem sequer ter sido denunciado pela PGR, o jornalista teve a vida destruída pela Suprema Corte. Contas bloqueadas, casa invadida cinco vezes pela PF e perseguição da filha pelo ministro. “Não custou, caro, custou tudo”, disse Eustáquio em entrevista aos Pingos nos Is na Jovem Pam nos tempos de Fiuza e Augusto Nunes.

Exilado na Espanha, depois de passar por cinco países, Eustáquio ficou quatro anos longe de sua família. Com marcas no corpo da tortura que foi submetido no Complexo Penal da Papuda, ele recusou todo tipo de oferta de delação por ser manter fiel aos seus princípios e valores conservadores. Um exemplo de coragem, equilíbrio e lealdade.

Outro grande exemplo é o ex-deputado Daniel Silveira, preso em Bangu 8 desde de fevereiro do ano passado, ele é um arquivo vivo. Homem de confiança de Jair Bolsonaro, Daniel Silveira também teve dezenas de ofertas para entregar o que sabe em troca da liberdade. A coragem do ex-deputado carioca amedrontava o sistema, que o encarcerou para calar a sua voz e tentar matá-lo de tristeza na cadeia. No entanto, Daniel é um tanque de guerra e a cada dia que passa na cadeia se torna mais forte na luta pela verdade e pela justiça.

Mesmo com o perdão do presidente da República, Silveira foi encarcerado ilegalmente. E mesmo assim, cumpriu mais de 1/6 de sua pena e se a Lei fosse respeitada já deveria estar em liberdade. Herois como Silveira e Eustáquio nunca serão esquecidos por terem valor e não preço. Sofreram desde agressão física, psicológica e viram seus filhos crescerem por fotos dentro da cadeia ou no exílio e mesmo assim mantiveram sua lealdade e fidelidade ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O tenente -coronel Mauro Cid, homem de confiança de Jair Bolsonaro hoje é a bola da vez e o sistema fará o mesmo que fez com Eustáquio e Silveira com ele. Prisão, tortura psicológica e ameaças de fazer mal a familiares em troca de uma delação que o próprio Cid disse em áudio vazado que é uma farsa. Uma narrativa pronta que a PF quer apenas encontrar pessoas que estejam dispostas a confirmar em troca de redução de pena de crimes que sequer cometeram.

A prisão de Cid na última sexta-feira, após o tenente-coronel ter denunciado a PF e o STF de forjar uma delação com fatos que não existem, revela que o sistema perdeu a vergonha e já sequer quer esconder o método socialista de forçar alguém a contar algo que não existe para chegar no principal objetivo: a prisão de Jair Bolsonaro que fora denunciada ainda em 2020 pelo jornalista Oswaldo Eustáquio, tido como louco na época, mas sua denúncia mostra uma lucidez que muitos do entorno do Bolsonaro ignoraram.

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