Brasil/Estados Unidos
Lula critica Trump e ironiza planos de anexação: “Ele quer ser imperador do mundo”

Brasília, 8 de maio de 2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou palavras duras para criticar as atitudes expansionistas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante uma entrevista à rádio Tupi nesta terça-feira (7). Lula não poupou o líder norte-americano, dizendo que Trump está tentando se tornar o “imperador do mundo” e desrespeitando a soberania de outras nações com seus planos de anexação.
A polêmica envolve propostas de Trump para expandir o domínio territorial dos Estados Unidos, incluindo a ideia de anexar a Groenlândia e o Canal do Panamá. Para Lula, essas iniciativas são um reflexo do “imperialismo” e do desejo de Trump de atuar como um líder global de maneira autoritária, em total descompasso com os princípios democráticos defendidos pela comunidade internacional.
“Imperador do mundo”
Durante a entrevista, Lula afirmou que Trump não foi eleito para governar o mundo, mas sim para comandar os Estados Unidos. Segundo o presidente brasileiro, o comportamento de Trump reflete uma mentalidade de “dominação”, algo que não pode ser aceito.
“O que Trump quer é ser o imperador do mundo. Ele não foi eleito para isso. O mundo não é um feudo, cada país tem sua soberania e seus direitos. O respeito à democracia e à autodeterminação é o que fundamenta a boa governança”, declarou Lula.
Lula também fez uma crítica direta ao protecionismo comercial de Trump, mencionando as tarifas elevadas impostas aos produtos brasileiros, como o aço. Ele reforçou que, se as políticas de Trump forem mantidas, o Brasil não hesitará em agir “com reciprocidade” para proteger sua economia.
A resposta internacional
As declarações de Lula foram feitas em um momento de crescente tensão entre os Estados Unidos e algumas nações da América Latina, especialmente diante das atitudes de Trump, que tem adotado uma postura agressiva e unilateral em sua política externa.
A Groenlândia, que Trump tentou comprar em 2019, e o Canal do Panamá, que ele propôs supervisionar mais de perto, estão no centro das críticas internacionais. Para muitos analistas, essas ações representam uma tentativa de reverter décadas de diplomacia internacional e a ruptura com os princípios do multilateralismo.
Repercussão interna e internacional
As palavras de Lula ecoaram rapidamente nas esferas internacionais. Para diplomatas e analistas políticos, a declaração reflete uma resposta firme do Brasil à crescente influência dos Estados Unidos, mas também uma postura que busca reafirmar a importância da autonomia nacional e a respeitabilidade das decisões soberanas de outros países.
A expectativa agora é que Trump, que está em campanha para um segundo mandato, reaja às críticas de Lula, que já o atacou em outras ocasiões durante sua presidência. O clima entre os dois países pode se tornar mais tenso, especialmente em um ano de eleições nos Estados Unidos.
A crítica ao imperialismo
A abordagem de Lula está alinhada com sua histórica posição contra o imperialismo e a dominação estrangeira, um tema recorrente em sua retórica desde os anos 2000. Para o presidente brasileiro, os Estados Unidos devem entender que o mundo não tolera atitudes unilaterais e que as ações de Trump não têm mais espaço no cenário global.
“O mundo precisa de mais cooperação, mais entendimento, e menos imposição. A soberania de cada nação deve ser respeitada, e isso inclui a América Latina”, finalizou Lula.
