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Fraude no INSS: Contag, onde atua irmão de Lula, fica fora de pedidos de bloqueio e quebra de sigilo após operação da PF

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A atuação da Advocacia-Geral da União (AGU) no escândalo bilionário dos descontos ilegais em aposentadorias e pensões do INSS tem levantado questionamentos sobre seletividade e possível blindagem política. Mesmo com investigações em andamento e decisões judiciais que já atingiram diversas entidades, quatro associações envolvidas diretamente nos esquemas de descontos indevidos foram deixadas de fora dos pedidos de bloqueio de bens e quebra de sigilo feitos pela AGU nesta semana.

Entre as entidades poupadas estão:

  • Sindnapi (Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos), que recebeu cerca de R$ 90 milhões em 2023 e é presidido por Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva;
  • Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura), com R$ 426 milhões arrecadados no mesmo ano;
  • Conafer, que movimentou R$ 202,3 milhões;
  • ABCB/Amar Brasil, também alvo de medidas anteriores da PF.

A decisão gerou forte repercussão entre parlamentares da oposição e entre aposentados prejudicados. A Operação Sem Desconto, deflagrada em abril pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União (CGU), identificou que aposentados e pensionistas estavam tendo valores descontados indevidamente em seus benefícios — muitas vezes sem autorização formal — a partir de convênios com essas entidades.

Apesar da gravidade, a AGU alegou que o novo pedido, de R$ 2,6 bilhões em bloqueios, foi feito com base em uma apuração administrativa iniciada pelo INSS no início de maio. No entanto, a exclusão das quatro associações chama atenção, sobretudo diante do fato de que algumas delas já haviam sido alvo de medidas judiciais anteriores.

Para críticos, a postura da AGU sinaliza uma tentativa de proteger aliados do governo, especialmente no caso do Sindnapi, vinculado diretamente ao círculo familiar do presidente Lula. A oposição já articula pedidos de explicações formais, e há expectativa de que o tema seja levado à Câmara e ao Senado nos próximos dias.

O escândalo da fraude no INSS já movimenta valores estimados em até R$ 90 bilhões, segundo projeções preliminares da oposição. Enquanto isso, aposentados relatam dificuldade para reaver valores e desconfiança em relação à atuação das instituições envolvidas.

“A Justiça precisa ser para todos. Quando até o irmão do presidente está no meio, e o governo faz vista grossa, é o povo que paga a conta”, afirmou um deputado da oposição.

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