Brasil
Lula ataca cortes de ministérios no governo Bolsonaro e ignora gastos recordes de sua gestão

Durante evento no sertão da Paraíba nesta quarta-feira (28), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a atacar a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), criticando os cortes orçamentários realizados em ministérios durante o governo anterior.
“Vocês viram o que eles fizeram com os ministérios nesse país. Cortaram, desmontaram…”, disse Lula, em tom inflamado, tentando culpar o antecessor pelos desafios enfrentados atualmente pela administração federal.
A crítica, no entanto, ocorre em meio a um cenário de expansão da máquina pública, com aumento de ministérios, gastos com cargos comissionados e despesas bilionárias com viagens e emendas parlamentares destinadas a sustentar a base aliada no Congresso.
Realidade atual: mais ministérios, mais gastos
Desde que retornou ao Palácio do Planalto em 2023, Lula recriou e criou pastas, elevando o número de ministérios para 38, o maior desde a redemocratização. Além disso, os gastos com viagens internacionais, publicidade institucional e estruturas de apoio à primeira-dama atingiram patamares inéditos.
A gestão petista também enfrenta críticas por atrasos em pagamentos, bloqueios no orçamento e falta de investimento efetivo em áreas essenciais, como saúde, educação e segurança pública.
Contradições e discurso
Enquanto aponta o dedo para o passado, Lula evita mencionar os cortes e contingenciamentos promovidos por seu próprio governo, como o bloqueio anunciado recentemente que pode afetar universidades, institutos federais e até serviços básicos.
O discurso do presidente petista, segundo analistas, tenta reconstruir uma narrativa eleitoral, culpando o passado para justificar a falta de avanços concretos em sua atual gestão, marcada por alta da inflação, aumento da pobreza e crise na segurança.
