Brasil
Presidente do Google critica STF e defende liberdade de expressão

Em uma declaração que repercutiu internacionalmente, o presidente do Google para Assuntos Globais, Kent Walker, criticou a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF) e levantou preocupações sobre os impactos das decisões da Corte brasileira na liberdade de expressão.
Durante um fórum de tecnologia e democracia realizado nos Estados Unidos, Walker mencionou o Brasil como exemplo de um país onde “o equilíbrio entre combate à desinformação e respeito à liberdade de expressão tem sido desafiado por decisões judiciais controversas”. Embora não tenha citado diretamente nomes de ministros, a fala foi interpretada como uma crítica ao protagonismo de Alexandre de Moraes, relator de inquéritos que envolvem plataformas digitais e censura de conteúdos nas redes sociais.
“É preocupante quando empresas de tecnologia são obrigadas a remover conteúdos ou suspender contas com base em decisões pouco transparentes e sem devido processo legal. Isso fere os princípios democráticos e compromete a confiança dos usuários”, afirmou Walker.
A declaração ocorre em meio à crescente tensão entre o Judiciário brasileiro e grandes empresas de tecnologia. O STF tem exigido o bloqueio de contas e perfis nas redes sociais, especialmente de parlamentares e influenciadores ligados à direita, sob a justificativa de combate à desinformação e à incitação ao golpe.
Paralelamente, o governo dos Estados Unidos também demonstrou preocupação. O Departamento de Estado, em recente nota, reafirmou que “a liberdade de expressão é um pilar essencial da democracia”, sinalizando desconforto com ações judiciais no Brasil que vêm sendo classificadas como censura.
O posicionamento do Google adiciona combustível ao debate sobre o limite entre moderação de conteúdo e censura judicial, num momento em que o tema ganha destaque global. No Brasil, parlamentares da oposição reagiram com críticas ao STF e reforçaram a necessidade de um marco legal que impeça abusos de autoridade no ambiente digital.
