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Lula volta a acusar Israel de ‘genocídio’ e reforça discurso ideológico no BRICS

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Durante a abertura da sessão de chefes de Estado do BRICS neste domingo, 6 de julho, no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a acusar Israel de praticar “genocídio” contra os palestinos na Faixa de Gaza. O discurso foi feito no painel sobre Paz, Segurança e Reforma da Governança Global e marcou mais um episódio da posição abertamente hostil do petista contra o governo israelense.

“Absolutamente nada justifica as ações terroristas perpetradas pelo Hamas. Mas não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza e à matança indiscriminada de civis inocentes e o uso da fome como arma de guerra”, disse Lula, insistindo na narrativa que já havia provocado forte reação diplomática em fevereiro deste ano.

Lula repete narrativa da esquerda radical e isola o Brasil

A fala do presidente brasileiro ocorre no momento em que Israel segue pressionado internacionalmente por setores ligados à esquerda global, enquanto se defende de ataques sistemáticos do grupo terrorista Hamas, que utiliza civis como escudos humanos e instala arsenais em escolas, hospitais e áreas residenciais.

Apesar de reconhecer que o Hamas cometeu atos terroristas, Lula equiparou moralmente um grupo jihadista à ação defensiva de um Estado soberano. O discurso repete a mesma linha ideológica de partidos e governos alinhados ao antiamericanismo e ao pan-arabismo, ignorando os compromissos históricos do Brasil com o combate ao terrorismo e o respeito à soberania de nações democráticas.

Ao defender a criação imediata de um Estado palestino, Lula afirmou que “a única solução viável para o conflito passa pelo fim da ocupação israelense” e condicionou a paz ao reconhecimento da Palestina como Estado soberano.

Guerra na Ucrânia e fracasso da diplomacia paralela

No mesmo discurso, Lula também criticou a guerra entre Rússia e Ucrânia e defendeu um cessar-fogo imediato por meio de diálogo direto entre os dois países. Ele citou a proposta conjunta feita com a China para mediar a paz, apesar de a iniciativa já ter sido descartada tanto por Moscou quanto por Kiev, que não consideram o Brasil um interlocutor neutro.

O presidente voltou a tratar o conflito com termos genéricos, sem apontar responsabilidades claras. A fala segue o padrão adotado pelo Itamaraty sob a gestão petista, que evita condenar diretamente aliados estratégicos como a Rússia, mas é célere e agressivo contra países como Israel.

Haiti, ONU e nostalgia intervencionista

Ainda em sua fala, Lula afirmou que a comunidade internacional “abandonou o Haiti antes da hora” e defendeu uma ampliação da missão da ONU no país. Para ele, o Brasil deve apoiar um reforço internacional que combine ações de segurança e desenvolvimento na tentativa de conter a escalada de violência no território caribenho.

A proposta reedita o espírito da antiga MINUSTAH, missão liderada pelo Brasil durante os governos do PT e que teve sua atuação duramente criticada por violações de direitos e fracasso institucional.

Um palco para o discurso ideológico

O encontro do BRICS serviu mais uma vez de palco para o presidente Lula defender narrativas ideológicas típicas da esquerda internacional. Em vez de promover o equilíbrio e o realismo diplomático, o Brasil reforça o alinhamento com regimes autoritários e movimentos radicais, distanciando-se dos compromissos históricos com a democracia, a estabilidade e o combate ao terrorismo.

A retórica de Lula pode agradar plateias militantes e garantir manchetes internacionais, mas isola o Brasil dos principais fóruns de decisão global. Em nome de uma diplomacia alternativa, o país se vê mais próximo do Hamas e de Vladimir Putin do que dos aliados que prezam pela liberdade e pela verdade dos fatos.

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