Brasil
Aliados de Lula culpam Bolsonaro por fraudes no INSS, mas se recusam a apoiar a CPI

Mesmo diante de um escândalo bilionário envolvendo fraudes em descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS, a base governista no Congresso continua resistindo à instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o caso.
Nos bastidores, aliados do presidente Lula (PT) tentam transferir a responsabilidade pelas irregularidades à gestão anterior de Jair Bolsonaro (PL). A estratégia, no entanto, contrasta com a recusa em apoiar a apuração formal dos fatos por meio de uma comissão independente.
Fraude bilionária e silêncio constrangedor
A oposição conseguiu reunir o número necessário de assinaturas para a abertura da CPI, mas esbarra em manobras regimentais do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), que alega limite de CPIs em andamento — mesmo sem nenhuma atualmente em funcionamento.
Parlamentares de direita questionam a inércia da base governista diante de denúncias que envolvem bilhões de reais desviados dos beneficiários do INSS, muitos dos quais são aposentados e pensionistas em situação de vulnerabilidade.
“Se o governo é inocente, por que tanto medo da CPI?”, questionou o deputado Marcel van Hattem (Novo-RS), que tem cobrado transparência sobre o caso.
CPMI como alternativa
Diante da obstrução na Câmara, a oposição agora articula a criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), com apoio também no Senado. A decisão caberá ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), aliado de Lula.
Enquanto isso, milhões de brasileiros afetados pelas fraudes seguem sem respostas concretas. A postura do governo tem sido vista como mais uma tentativa de blindagem política em detrimento do interesse público
