A pressão internacional contra possíveis abusos de autoridade no Brasil ganhou um novo capítulo nesta semana. Jason Miller, ex-assessor sênior do ex-presidente Donald Trump e atual CEO da rede social Gettr, marcou o ministro Alexandre de Moraes em uma postagem relacionada à decisão do Departamento de Estado dos EUA de impor restrições de visto a autoridades estrangeiras envolvidas em censura contra americanos.
A postagem, feita nesta quarta-feira (15), acompanha a notícia do governo dos Estados Unidos que confirma a adoção de sanções contra indivíduos que tenham violado a liberdade de expressão de cidadãos americanos no exterior, com destaque para casos ocorridos na América Latina.
Ao marcar diretamente Alexandre de Moraes, Jason Miller deixou claro que a comunidade internacional — especialmente setores alinhados ao conservadorismo global — está atenta às ações do magistrado brasileiro, frequentemente acusado por opositores de extrapolar suas funções no comando de inquéritos políticos no STF e no TSE.
“A censura não passará despercebida. A liberdade de expressão é um valor fundamental, e quem a ameaça deve prestar contas, seja em Washington, Brasília ou qualquer outro lugar”, escreveu Miller.
A postagem rapidamente viralizou entre influenciadores conservadores brasileiros e políticos de oposição ao governo Lula, que cobram uma resposta do STF e alertam para o crescente desgaste internacional causado pelas decisões de Moraes.
A publicação vem à tona poucos dias após os Estados Unidos anunciarem oficialmente novas diretrizes contra a censura digital, prevendo sanções, cancelamento de vistos e congelamento de bens de autoridades que tenham colaborado com violações de direitos civis, inclusive em parcerias com empresas de tecnologia.
Reação no Brasil
A marcação direta de Moraes por um aliado de Trump foi recebida como um gesto simbólico forte. Parlamentares como Nikolas Ferreira (PL-MG) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ) utilizaram as redes para repercutir a movimentação e reforçar o discurso de que o Judiciário brasileiro vive uma escalada autoritária.
Nos bastidores do Palácio do Planalto, o episódio gerou desconforto. Segundo apuração de veículos da imprensa, o governo Lula já articula uma resposta diplomática com os Estados Unidos, tentando minimizar o risco de sanções efetivas contra autoridades brasileiras.
O próprio Alexandre de Moraes ainda não se pronunciou sobre a publicação de Jason Miller nem sobre a possibilidade de entrar na lista de alvos das sanções americanas.
