Política
Dólar volta a subir após críticas de Lula ao Banco Central e Campos Neto
Em meio a tensões nos mercados interno e externo, o dólar voltou a superar os R$ 5,40. Na manhã desta terça-feira (18), a moeda americana atingiu R$ 5,44, mas recuou e fechou em R$ 5,43, uma alta de 0,22%.
Essas variações ocorrem na véspera da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, que decidirá sobre a Selic, taxa básica de juros. Recentemente, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou o Banco Central (BC) e seu presidente, Roberto Campos Neto, afirmando que o BC é a única “coisa desajustada” no Brasil e acusando Campos Neto de ter “lado político” e trabalhar “para prejudicar o país”. As declarações foram feitas durante uma entrevista à rádio CBN.
O dólar está no maior nível desde 4 de janeiro do ano passado, quando era vendido a R$ 5,452. A moeda acumula uma alta de 3,28% em junho e de 11,7% em 2024.
O mercado de ações registrou mais um dia de perdas. Após uma leve alta na última sexta-feira (14), o índice Ibovespa, da B3, fechou aos 119.138 pontos, uma queda de 0,44%, atingindo o menor nível desde 9 de novembro do ano passado.
A pressão sobre o dólar veio tanto de fatores domésticos quanto externos. No plano interno, os investidores aguardam detalhes sobre o plano de corte de gastos em estudo pela equipe econômica e a decisão do Copom sobre o encerramento do ciclo de cortes da Taxa Selic na reunião desta quarta (19) ou a possibilidade de mais um corte de 0,25 ponto percentual.
No cenário internacional, as taxas dos títulos do Tesouro norte-americano, considerados os investimentos mais seguros do mundo, voltaram a subir na segunda-feira. Juros altos em economias avançadas incentivam a fuga de capitais de países emergentes, como o Brasil.
Por outro lado, a bolsa brasileira seguiu na contramão da norte-americana. Com a expectativa de que o Copom mantenha a Taxa Selic em 10,50% ao ano, os investidores estão migrando do mercado de ações para investimentos em renda fixa, considerados menos arriscados.