Imprensa internacional repercute risco de sanções dos EUA contra Alexandre de Moraes

A possibilidade de sanções dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), ganhou destaque na imprensa internacional nesta semana. A medida, sugerida por parlamentares americanos e ligada à preocupação com violações à liberdade de expressão no Brasil, já repercute em veículos estrangeiros e levanta questionamentos sobre os rumos da democracia no país.

A cobertura internacional menciona a crescente preocupação nos EUA com o que classificam como “censura institucionalizada” no Brasil, especialmente após a revelação de documentos e e-mails que indicam uma suposta cooperação entre autoridades brasileiras e plataformas digitais para suprimir conteúdos de opositores ao governo Lula.

O New York Post, o Washington Examiner e o Fox News mencionaram Moraes diretamente em reportagens que discutem a possibilidade de restrições de visto e sanções financeiras a autoridades estrangeiras “envolvidas em censura contra cidadãos americanos”. A medida foi anunciada nesta terça-feira (14) pelo secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, e faz parte de uma nova diretriz do Departamento de Estado sobre liberdade digital.

Além dos nomes já confirmados, o comunicado da diplomacia americana menciona que a América Latina está entre as regiões monitoradas e que “medidas punitivas poderão ser adotadas contra indivíduos que tenham cooperado com violações à liberdade de expressão, inclusive fora de seu território”.

A notícia causou desconforto no Palácio do Planalto, que iniciou articulações para tentar conter a crise diplomática. De acordo com fontes ouvidas pela imprensa brasileira, o governo Lula já entrou em contato com autoridades americanas para solicitar esclarecimentos e defender Moraes, o que pode aprofundar ainda mais a percepção de alinhamento político entre o STF e o Executivo federal.

Parlamentares da oposição brasileira comemoraram a movimentação dos EUA. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que a postura americana revela a gravidade das denúncias feitas por conservadores no Brasil. “O mundo está acordando para o que está acontecendo aqui. A liberdade está em risco e, felizmente, isso não passa mais despercebido”, declarou.

Enquanto isso, o ministro Alexandre de Moraes mantém silêncio público sobre o assunto, mas aliados próximos já admitem nos bastidores preocupação com os efeitos diplomáticos e políticos que uma eventual sanção poderia causar à imagem do Judiciário brasileiro.