Brasil
Janja se arrepende de ter xingado Elon Musk no G20: dano já estava feito

Durante uma entrevista concedida à Folha de S.Paulo, a primeira-dama Janja Lula da Silva admitiu arrependimento por ter xingado o empresário Elon Musk em pleno palco do G20, em novembro de 2024. Na ocasião, Janja disparou: “Eu não tenho medo de você. Inclusive, f** you*, Elon Musk”, enquanto discutia a regulação das redes sociais.
O desabafo, que à época foi celebrado por militantes de esquerda, virou um problema diplomático para o governo Lula — e agora, meses depois, até a própria Janja reconhece que a fala foi, no mínimo, inoportuna.
Diplomatas constrangidos, Brasil isolado
A repercussão internacional foi imediata. Diplomatas brasileiros revelaram à imprensa que a atitude da primeira-dama causou constrangimento entre representantes estrangeiros, especialmente diante da expectativa de um novo mandato de Donald Trump nos Estados Unidos, que trouxe Musk para perto do governo americano.
Em vez de promover uma imagem de liderança equilibrada, o Brasil terminou o G20 estampado nas manchetes pela agressividade verbal da esposa do presidente.
Arrependimento seletivo
Apesar de dizer que se arrepende, Janja não recua do conteúdo da crítica — apenas do momento escolhido. “Trabalhei muito pelo G20 e essa fala acabou ofuscando tudo”, lamentou. Ou seja: o arrependimento é mais estratégico do que sincero.
Mais grave ainda é sua queixa de que foi “deixada sozinha” após o episódio, especialmente por mulheres da política. Segundo Janja, faltou sororidade. Para muitos, o que faltou mesmo foi responsabilidade.
Um governo que ataca, depois recua
A atitude da primeira-dama reflete um padrão que vem se tornando marca do atual governo: atacar primeiro, avaliar depois — e, se necessário, tentar apagar o incêndio com notas diplomáticas e declarações ensaiadas.
Na esteira da fala de Janja, o próprio presidente Lula tentou amenizar o estrago: “Não temos que xingar ninguém”, disse, sem mencionar diretamente a esposa.
Mas o dano já estava feito. Elon Musk, por sua vez, não respondeu diretamente à provocação, mantendo o silêncio que costuma adotar diante de histerias políticas.
