Moraes nega pedido de Bolsonaro e mantém datas de audiências no inquérito da PF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o pedido da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para adiar os depoimentos marcados no inquérito que apura suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

A decisão de Moraes mantém as audiências com ex-assessores e aliados de Bolsonaro para a próxima semana, conforme previsto pela Polícia Federal (PF). O pedido da defesa argumentava que os advogados não teriam tido acesso completo aos autos e solicitaram mais tempo para se preparar o que foi ignorado pelo ministro.

Defesa alega cerceamento de direitos

Os advogados de Bolsonaro classificaram a decisão como um cerceamento da ampla defesa e disseram que vão recorrer. Eles alegam que o acesso parcial aos documentos da investigação prejudica o contraditório e compromete a lisura do processo.

A decisão de Moraes reforça a postura impositiva que o ministro tem adotado em processos que envolvem o ex-presidente e aliados, o que vem sendo alvo de críticas por parte de juristas e parlamentares da oposição, que denunciam uma escalada autoritária no Judiciário.

Clima de perseguição política

Aliados de Bolsonaro enxergam nas ações do STF uma tentativa de desestabilizar o campo conservador e mantê-lo fora do jogo político, mesmo com a crescente popularidade do ex-presidente nas pesquisas, inclusive no Nordeste.

A manutenção das audiências pressiona ainda mais o ambiente político, especialmente em um momento em que a base do governo Lula enfrenta críticas por escândalos como a fraude bilionária no INSS, aumento da criminalidade e viagens internacionais constantes do presidente.