São Paulo
MPF defende investigação sobre Ricardo Nunes na “máfia das creches”
O procurador da República José Leite, do Ministério Público Federal, enviou à Justiça Federal uma manifestação favorável à continuidade das apurações sobre o possível envolvimento do prefeito de São Paulo (SP), Ricardo Nunes (MDB), no caso conhecido como máfia das creches.
O relatório final da investigação, apresentado em 10 de agosto, apontou mais de cem pessoas e solicitou a manutenção das investigações sobre Ricardo Nunes, com o objetivo de esclarecer suspeitas de lavagem de dinheiro durante seu mandato como vereador.
Na manifestação encaminhada à 8ª Vara Criminal Federal, em 18 de setembro, Leite considerou prematuro decidir pelo arquivamento do caso relacionado a Nunes. Ele ressaltou que há dois pontos que, em sua avaliação, demandam uma investigação mais aprofundada.
- – O 1º ponto refere-se a uma suposta transação de R$ 11.590 recebida por Nunes em 2018 de uma empresa chamada Francisca Jacqueline Oliveira Braz, que a polícia considera uma grande fornecedora de notas para o esquema. Além disso, a PF apurou que a mesma empresa teria enviado R$ 20 mil à Nikkey, uma companhia de controle de pragas, em nome da esposa de Nunes, Regina, e de sua filha de um relacionamento anterior, Mayara.
- – O 2º ponto levantado pelo procurador diz respeito à assessora especial de Nunes na época, Ana Hessel, que tinha familiares na administração da Acria (Associação Amiga da Criança e do Adolescente), responsável por gerenciar creches conveniadas pela Prefeitura na zona sul de São Paulo, local com o qual Nunes tem vínculos. A então presidente da Acria, Elaine Targino, também era funcionária da empresa Nikkey, conforme as investigações da PF.