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Política

PT e PL se unem pelo Fundão

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Apesar das divergências no cenário político, as bancadas do Partido dos Trabalhadores (PT), lideradas pelo ex-presidente Lula, e do Partido Liberal (PL), vinculado ao ex-presidente Jair Bolsonaro, uniram forças durante a votação da Lei Orçamentária Anual (LOA), que aprovou o financiamento do fundo eleitoral no montante de R$ 4,9 bilhões. Essa colaboração estratégica entre os dois partidos, que normalmente estão em lados opostos, destaca-se especialmente no contexto da destinação de recursos para as eleições municipais do próximo ano.

A distribuição dos fundos eleitorais segue o critério proporcional ao tamanho das bancadas na Câmara dos Deputados. Nesse sentido, o PL, com seus 99 parlamentares, está programado para receber aproximadamente R$ 880 milhões desse montante substancial. Por sua vez, o PT, com 69 deputados, terá à disposição pouco mais de R$ 616 milhões, recursos destinados a impulsionar as candidaturas petistas para prefeituras e câmaras municipais.

Comparando com a disputa municipal de 2020, observa-se um considerável aumento nos recursos alocados para ambas as legendas. No último pleito, o partido de Bolsonaro, o PL, recebeu cerca de R$ 146,5 milhões, enquanto o PT, sob a liderança de Lula, contou com aproximadamente R$ 250 milhões. Os valores previstos para 2024 representam um incremento notável, alcançando um aumento de 500% para o PL e 146% para o PT em relação aos recursos obtidos na última eleição.

A deputada Gleisi Hoffmann (PR), presidente nacional do PT, declarou que o montante em questão era adequado e enfatizou que a democracia implica custos.

“Sou a favor do fundo de R$ 4,9 bilhões, isso é essencial, a democracia tem custo, tem preço, não pode ser privatizada, defendo isso”, disse Hoffmann em entrevista ao Globonews.

Em sessão plenária, Altineu Côrtes (RJ), líder do PL, expressou seu apoio ao montante destinado ao fundo eleitoral. O parlamentar fundamentou sua posição, argumentando que o ano de 2020 foi marcado por uma eleição atípica devido à pandemia.

“É alto, nós devemos discutir a unificação das eleições, mas não dá para comparar com as eleições que nós tivemos durante a pandemia”, afirmou Côrtes em sua fala.

Durante a votação do Orçamento de 2024, o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) se colocou contra o aumento tão exorbitante do fundo eleitoral e sugeriu manter o mesmo valor das eleições de 2020, ajustado pela inflação. Ele se comprometeu a realizar um ajuste em 2024, caso o Congresso aceitasse uma proposta do Partido Novo para reduzir o fundo eleitoral para cerca de R$ 900 milhões, conforme proposto pelo governo. No entanto, o destaque foi rejeitado.

“O mais correto, na minha opinião, seria o valor da última eleição municipal, que foi em 2020, fazer as devidas correções e adequações e definir um valor que ficaria bem abaixo desse valor definido”, defendeu Pacheco.

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