Brasil/Estados Unidos
Sanções a Moraes: Embaixadora do Brasil se reúne com diplomata dos EUA após ameaças

A embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, reuniu-se nesta semana com representantes do governo norte-americano para tratar das possíveis sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). O encontro ocorre em meio ao crescente desconforto entre setores do Congresso americano e o Judiciário brasileiro, especialmente após denúncias de perseguição política e violações de liberdades civis no Brasil.
A pressão internacional sobre Moraes ganhou força após parlamentares republicanos dos EUA, incluindo a deputada Maria Elvira Salazar e o senador Marco Rubio, sugerirem medidas punitivas contra autoridades brasileiras acusadas de suprimir direitos fundamentais e censurar opositores.
O tema voltou aos holofotes após o procurador-geral da República, Paulo Gonet, solicitar ao STF a abertura de um inquérito para investigar o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) por suposta tentativa de influenciar o debate sobre o Brasil nos EUA. Moraes foi sorteado como relator da ação e determinou o monitoramento das redes sociais de Eduardo, além de autorizar o depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro no caso.
A reunião da embaixadora Viotti com o subsecretário adjunto para o Hemisfério Ocidental dos EUA, Kevin Sullivan, teve como objetivo “evitar a escalada diplomática”, segundo fontes do Itamaraty. Nos bastidores, o Planalto teme que eventuais sanções comprometam a imagem do Brasil no exterior e atrapalhem acordos comerciais e políticos em curso com o governo de Joe Biden.
Até o momento, o Departamento de Estado dos EUA mantém uma postura cautelosa e não confirmou a adoção de medidas contra autoridades brasileiras. No entanto, analistas internacionais apontam que o clima de tensão é inédito e pode sinalizar uma reavaliação da política externa americana em relação ao Brasil sob o governo Lula.
A oposição brasileira, por sua vez, vê nas investigações conduzidas por Moraes uma escalada autoritária. Já aliados do governo afirmam que as ações do STF visam proteger a democracia e combater o extremismo.
A situação segue em aberto, e novos desdobramentos são esperados nos próximos dias.
