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Zema cobra demissão de Lupi e questiona Lula: “Está com medo de quê?”

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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), declarou nesta quinta-feira (1º) estar de “luto” pelos trabalhadores vítimas de um esquema nacional de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões. Zema também cobrou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demita o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi.​

Zema aproveitou o vídeo para criticar a postura do presidente em relação a Lupi.​

Na gravação, o governador mineiro aparece utilizando uma camiseta escrita “1 de Maio de luto”. Ele também alterou sua foto de perfil para um símbolo de luto branco em um fundo preto.​

Na terça-feira (29), o ministro, em audiência na Comissão de Previdência da Câmara, disse que não tinha “noção exata de tantas coisas erradas” que vinham acontecendo no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).​

Lupi fez questão de ressaltar que a apuração das irregularidades começou no atual governo e que é contra o INSS intermediar as relações entre associações e aposentados.​

Apesar de ser aconselhado a afastar o ministro, Lula tem sinalizado que não há hoje elementos que justifiquem a saída de Lupi.​

O critério do presidente para afastamentos, dizem auxiliares presidenciais, segue o mesmo: o surgimento de elementos graves ou a apresentação de denúncia formal pela Procuradoria-Geral da República (PGR).​

Além da questão jurídica, a permanência de Lupi também passa por um dilema político. O ministro é presidente honorário do PDT, partido que apoiou Lula no segundo turno de 2022.​

Em entrevista à CNN na terça, o deputado federal Mário Heringer (MG), líder do PDT na Câmara, afirmou que se Lupi for demitido, o partido também sairá da base do governo.​

Sindicato ligado a irmão de Lula é investigado

No relatório que detalha o esquema de fraudes no INSS, a Polícia Federal aponta que o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindinapi) — cujo vice-presidente é Frei Chico, irmão do presidente Lula — atuou irregularmente por cerca de um ano, sem cumprir os requisitos exigidos para realizar descontos em benefícios previdenciários.​

De acordo com um ofício da Dataprev — estatal responsável pelos dados previdenciários e pela implementação das exigências técnicas — publicado ainda em 2024, tanto o Sindinapi quanto a Confederação Brasileira de Aposentados e Pensionistas (Cobap) não haviam validado a biometria facial dos beneficiários.​

A biometria é uma exigência para garantir que os descontos em aposentadorias e pensões fossem, de fato, autorizados.​

Atendendo a pedidos de entidades do setor, no entanto, a direção do INSS teria autorizado uma “regra transitória”, também chamada de “solução biométrica transitória”, que permitiu a inclusão de novos descontos associativos a partir de junho de 2024, mesmo sem a validação completa.​

Apesar de gerir a associação, Frei Chico não é diretamente investigado, nem foi citado pelo relatório da Polícia Federal.​

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