Brasil
Bolsonaro reúne multidão em Brasília por anistia aos presos do 8 de janeiro

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou, nesta quarta-feira (7), de um ato em Brasília em defesa da anistia para os condenados pelos ataques de 8 de janeiro de 2023. Apesar das recomendações médicas para evitar aglomerações após ter recebido alta hospitalar no último domingo (4), Bolsonaro subiu em um trio elétrico e se juntou aos manifestantes, reforçando sua posição sobre o tema.
O ato, que teve início na Torre de TV e seguiu até a Esplanada dos Ministérios, reuniu milhares de apoiadores. Durante o evento, Bolsonaro se manteve em pé sobre o trio elétrico e fez uma breve fala em defesa da proposta de anistia. Em suas palavras, o ex-presidente reforçou que a anistia é uma prerrogativa do Parlamento, destacando que o processo de votação deve seguir o procedimento estabelecido pela Câmara dos Deputados:
“Anistia é um ato político e privativo do Parlamento brasileiro. O Parlamento votou, ninguém tem que se meter em nada. Tem que cumprir a vontade do Parlamento, que é quem representa a vontade da maioria do povo brasileiro”, afirmou Bolsonaro.
Pressão por votação urgente
A proposta de anistia, que já recebeu assinaturas suficientes para tramitar em regime de urgência, não foi incluída na pauta de votações da Câmara dos Deputados. O colégio de líderes da Casa, com o aval do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), decidiu, há duas semanas, adiar a apreciação do projeto.
Com o objetivo de pressionar o Congresso, Bolsonaro e seus aliados continuam a mobilizar a base de apoio para que o projeto de anistia avance. De acordo com os organizadores, a proposta busca garantir a liberdade dos réus condenados pelos atos de 8 de janeiro, considerados por muitos como uma tentativa de golpe contra o governo eleito.
Ato sob forte esquema de segurança
A manifestação ocorreu sob um forte esquema de segurança em Brasília. A Polícia Militar do Distrito Federal implementou bloqueios nas áreas próximas ao Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto, como forma de evitar conflitos e garantir a ordem durante o evento.
Além de Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o pastor Silas Malafaia, conhecido por sua liderança religiosa e política, também marcaram presença, apoiando a proposta de anistia. No entanto, o evento não foi isento de controvérsias. Alguns críticos questionam o impacto político e jurídico de um possível perdão aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro.
Mobilização contínua e repercussão política
A questão da anistia segue sendo um ponto de polarização no país. A oposição vê na proposta uma tentativa de reverter as condenações impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou os ataques uma tentativa de subverter a ordem constitucional. Já os apoiadores de Bolsonaro alegam que os réus merecem uma oportunidade de reintegração, e que suas punições foram excessivas.
O projeto de anistia segue em análise interna na Câmara dos Deputados, sem uma data definida para ser colocado em votação. O governo de Luiz Inácio Lula da Silva, por sua vez, tem se posicionado contra a proposta, alegando que ela poderia enfraquecer a luta contra a impunidade e os responsáveis pelos ataques ao sistema democrático.
