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Crianças são vítimas de exploração sexual na Ilha do Marajó, no Pará

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Bispo do Marajó denuncia o caso e é ameaçado de morte.
Homem suspeito de abusar sexualmente das meninas confessou o crime.

A cidade de Melgaço fica no arquipélago do Marajó, a 290 km e Belém. Apesar da aparente proximidade geográfica, o município é separado da capital por um abismo econômico: a cidade tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do país, e seus 26 mil habitantes convivem com o problema alarmante da exploração sexual que atinge crianças.

Nos rios de Melgaço, como o Tajapuru, o principal da região, crianças e adolescentes usam canoas para se aproximar das balsas que fazem o transporte de cargas entre Bélem e Manaus. A princípio, essas meninas entram nas embarcações para vender açaí, farinha, palmito, entre outros produtos. Mas em muitos casos, acabam fazendo programa em troca de dinheiro, comida e até combustível

Filhos de Balseiras
Nas palafitas do Tajapuru, muitas se tornam mães aos 13, 14 anos. “Não nego o que aconteceu. Daquela ali o primeiro marido dela era, era de balsa”, diz uma das meninas.

Uma jovem que engravidou de um caminhoneiro que viajava na balsa conta o que aconteceu com ela. “A gente tinha levado limão e mais um negócio. Aí eu peguei e ofereci. Ele falou que queria ficar comigo, falou que eu era bonita…  Aí eu falei que ficava com ele e entrei para o camarote dele”.

Ao ser indagada sobre a frequência com que isso acontece, a menina disse: “Acontece muito”.

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