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Política

Em Pequim, Lula elogia China, critica Estados Unidos e tenta atrair investimentos com discurso político

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Durante o Fórum Empresarial Brasil-China realizado nesta semana em Pequim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscou reforçar laços econômicos com o governo chinês e grandes empresários locais. O evento, no entanto, gerou reações mistas dentro e fora do país, tanto pelo conteúdo das falas de Lula quanto pelo momento geopolítico em que a visita ocorreu.

Acompanhado por ministros e empresários brasileiros, Lula celebrou o que chamou de “parceria estratégica” com a China e voltou a criticar o modelo econômico ocidental, em especial os Estados Unidos. “Não é possível continuar sendo reféns de uma moeda única”, afirmou o petista, em mais uma referência ao dólar como moeda de troca internacional.

O discurso, considerado por analistas como político e pouco técnico, foi feito em um momento em que a China tenta consolidar sua influência sobre países emergentes. Lula defendeu ainda que o Brasil seja um “hub de investimentos” para empresas chinesas na América Latina, exaltando a estabilidade jurídica e a “previsibilidade” de seu governo.

No entanto, críticos alertam para o risco de o Brasil se tornar excessivamente dependente da China, sobretudo em setores estratégicos como energia e infraestrutura. Desde o início do terceiro mandato, Lula tem apostado em uma diplomacia alinhada a países com regimes autoritários, como China, Venezuela, Cuba e Irã.

A visita também levantou suspeitas quanto à transparência dos acordos assinados. Informações detalhadas sobre contratos e parcerias firmadas entre empresas dos dois países não foram integralmente divulgadas, o que gerou cobranças por parte da oposição no Congresso.

Encontro com empresários teve viés ideológico

Além das falas de Lula, o fórum também contou com declarações de ministros como Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil), que seguiram a linha de um discurso voltado à crítica do “neoliberalismo” e defesa de um Estado mais presente na economia.

Para setores produtivos brasileiros, as sinalizações do governo não foram bem recebidas. “Faltou objetividade e sobrou ideologia”, comentou um representante da indústria que participou do encontro em Pequim.

A China é hoje o maior parceiro comercial do Brasil, mas o modelo de parceria atual centrado na exportação de commodities e importação de produtos industrializados tem sido motivo de alerta entre especialistas, que defendem maior equilíbrio na balança comercial.

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