Investigação
Interferência: PF aponta relação do PT com software espião da ABIN e tentativa interna de ligação com Bolsonaro
A Polícia Federal suspeita de interferência por parte da atual direção da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sob a gestão do presidente Lula (PT), no caso do uso do software espião FirstMile durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).
Em um pedido ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a PF alega que ações da direção da Abin comprometeram a eficácia da investigação.
“A reverberação das declarações da Direção da Abin possui o condão de influir na liberdade e na percepção da gravidade dos fatos pelos investigados ao afirmar a existência de ‘fundo político’ aos investigados”, afirmou PF em relatório enviado para o ministro Alexandre de Moraes.
Especificamente, aponta para Alessandro Moretti, o segundo na Abin, acusando-o de interferir ao sugerir que a apuração tinha motivações políticas. A PF critica a postura de Moretti, destacando seu histórico como ex-Diretor de Inteligência da Polícia Federal até dezembro de 2022.
“A gravidade ímpar dos fatos é incrementada com o possível conluio de parte dos investigados com a atual alta gestão da Abin, cujo resultado causou prejuízo para a presente investigação, para os investigados e para a própria instituição”, cita outra parte do relatório.
Para PF, as ações dos atuais membros ligados ao governo Lula e indicados por ele, se referindo em especial a Moretti, “não é a postura esperada de delegado”.