Política
Lula contra Israel: Presidente apoia denúncia de genocídio do povo palestino no Tribunal de Haia
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na noite de ontem, quarta-feira (10), seu apoio à denúncia apresentada pela África do Sul à Corte Internacional de Justiça da ONU, visando investigar a acusação de genocídio por parte de Israel contra o povo palestino na Faixa de Gaza.
A ação da África do Sul foi protocolada no Tribunal Penal Internacional, conhecido como Corte de Haia, em 29 de dezembro, alegando o descumprimento, por parte de Israel, da convenção de prevenção e punição do genocídio de 1951.
O presidente recebeu a visita do embaixador palestino em Brasília, Ibrahim Alzeben, no Palácio do Planalto, que solicitou o apoio brasileiro na corte internacional. Essa decisão representa mais um gesto diplomático contundente de repúdio do governo Lula a Israel e foi alvo de críticas por parte da comunidade judaica brasileira.
O caso terá início no julgamento marcado para esta quinta-feira (11).
A Confederação Israelita do Brasil (Conib) condenou o respaldo brasileiro, classificando-o como uma ação “cínica e perversa” que visa impedir Israel de se defender contra seus inimigos genocidas. A nota da Conib argumenta que a decisão destoa da postura de equilíbrio e moderação da política externa brasileira, destacando que a África do Sul “inverte a realidade” ao lembrar que o conflito foi desencadeado pelo ataque do Hamas.
A nota divulgada pelo Itamaraty afirma que, diante das evidentes violações ao direito internacional humanitário, o presidente expressou seu apoio à iniciativa da África do Sul de acionar a Corte Internacional de Justiça, buscando a determinação para que Israel cesse imediatamente todas as ações e medidas que possam configurar genocídio ou crimes relacionados, nos termos da Convenção para a Prevenção e Repressão do Crime de Genocídio.