Política
Lula embarca para Rússia e China em semana de agendas com Putin e Xi Jinping

Brasília – 07/05/2025 — O presidente Luiz Inácio Lula da Silva embarcou nesta terça-feira (6) para uma nova rodada de viagens internacionais. Desta vez, o petista passará pela Rússia e pela China em uma agenda marcada por simbolismos políticos e interesses comerciais.
A visita reacende discussões sobre o alinhamento geopolítico do governo brasileiro, cada vez mais próximo dos regimes de Vladimir Putin e Xi Jinping, em meio à tensão crescente entre potências ocidentais e os países do bloco sino-russo.
Desfile militar em Moscou e encontro com Putin
Entre os dias 8 e 10 de maio, Lula estará em Moscou, onde participará das celebrações dos 80 anos do Dia da Vitória sobre o nazismo. O ponto alto da agenda será o desfile cívico-militar na Praça Vermelha, a convite direto do presidente russo Vladimir Putin — alvo de críticas internacionais por sua ofensiva militar na Ucrânia.
Lula também deve se reunir com Putin e outros líderes de países alinhados ao eixo eurasiático, incluindo o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. A participação do chefe de Estado brasileiro num evento de cunho militar organizado por Moscou, no atual cenário internacional, desperta críticas quanto à neutralidade da diplomacia brasileira.
Rumo à China com foco em acordos comerciais
Após a visita à Rússia, Lula segue para Pequim, onde participa do IV Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), nos dias 12 e 13 de maio. A agenda inclui a assinatura de ao menos 16 acordos bilaterais nas áreas de tecnologia, comércio e energia.
A viagem também marca um esforço de aproximação ainda maior com a China, em um momento em que o gigante asiático sofre sanções dos Estados Unidos e busca expandir sua influência na América Latina. Para Lula, o objetivo declarado é diversificar os parceiros comerciais do Brasil — mas analistas apontam que a visita reforça a dependência crescente do país em relação à potência comunista.
Repercussões e críticas
A oposição no Congresso já se manifestou. Parlamentares de direita veem a agenda como um erro estratégico, apontando que Lula evita encontros com líderes ocidentais, mas faz questão de prestigiar governos autoritários como os da Rússia e da China.
“A prioridade do governo parece ser o fortalecimento de laços com regimes que não compartilham os valores democráticos que o Brasil diz defender. Isso não é política externa, é alinhamento ideológico”, afirmou um senador da oposição.
