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Ministros do STF se revoltam com possível sanção dos EUA contra Moraes e prometem “solidariedade total”

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A possibilidade de sanções contra Alexandre de Moraes, levantada por autoridades dos Estados Unidos, provocou reação imediata e indignada de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Em contato com a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, integrantes da Corte classificaram a medida como uma “tentativa de interferência estrangeira” no Judiciário brasileiro.

A declaração polêmica partiu do senador Marco Rubio, secretário de Estado americano durante audiência nesta quarta-feira (21), na Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes dos EUA. Ele afirmou que há uma “grande possibilidade” de o governo aplicar sanções contra Moraes com base na Lei Magnitsky, legislação americana usada para punir autoridades acusadas de violar direitos humanos.

“Está em análise neste momento e há uma grande possibilidade de acontecer”, disse Rubio, respondendo a um questionamento do deputado Cory Mills.

⚖️ STF reage com tom político e acusa EUA de apoiar “extrema direita”

A resposta dos ministros foi dura e, ao mesmo tempo, reveladora. Um dos magistrados, sob anonimato, acusou o governo norte-americano de estar “escancarando apoio à extrema direita brasileira” e de fazer parte de um “movimento global que tenta enfraquecer Supremas Cortes”.

Outro ministro afirmou que os EUA não têm legitimidade para apontar violações de direitos humanos, citando episódios do próprio histórico americano. Ele declarou que os Estados Unidos “se retiraram de sistemas internacionais de direitos humanos” e possuem um “passado de desrespeito às decisões judiciais internas”.

🧩 Censura? Ministros negam e dizem que redes funcionam normalmente

A reação dos ministros também foi no sentido de negar censura ou perseguição a plataformas digitais. Segundo eles, as redes sociais estariam operando normalmente no Brasil e Moraes seguiria sendo “criticado diariamente” por usuários.

A defesa da atuação de Moraes no combate à desinformação e à incitação ao golpe de Estado foi reforçada por colegas de toga. Para o grupo, as acusações vindas de parlamentares republicanos americanos seriam apenas um pretexto para atacar a atuação firme do STF no Brasil.

📣 Governo brasileiro deve reagir

Na visão dos ministros, caberá ao governo Lula decidir como responder institucionalmente, caso as sanções se concretizem. Há expectativa de uma reação formal, caso Washington avance nas punições.

O tema ganhou projeção internacional nos últimos meses devido à pressão de congressistas republicanos aliados à direita brasileira, especialmente após decisões como:

  • Suspensão da rede social X (ex-Twitter);
  • Bloqueio de contas de opositores;
  • Abertura de inquéritos contra Elon Musk e plataformas como Rumble e Truth Social.

📌 Contexto: sanções podem isolar Moraes financeiramente

Se aplicadas, as sanções baseadas na Lei Magnitsky podem resultar no congelamento de bens, contas e transações bancárias nos EUA, mesmo que Moraes não tenha patrimônio declarado no país. Trata-se de uma espécie de “pena de morte financeira”, segundo especialistas, pois instituições internacionais também costumam seguir o bloqueio.

A medida também pode restringir a entrada de Moraes em solo americano, aumentando o isolamento internacional do ministro algo inédito na história recente do STF.

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