Moraes retira sigilo de pedido de inquérito contra Eduardo Bolsonaro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), retirou nesta terça-feira (21) o sigilo sobre o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para abrir inquérito contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). A solicitação foi apresentada pelo procurador-geral Paulo Gonet e tem como foco investigar possíveis articulações internacionais do parlamentar contra instituições brasileiras.

A PGR alega que Eduardo Bolsonaro teria buscado apoio de congressistas norte-americanos para pressionar autoridades brasileiras, especialmente o próprio Moraes, inclusive incentivando sanções internacionais contra o ministro. Os fatos são apontados como potencialmente configurando crimes como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, coação no curso do processo e incitação ao crime.

Com a retirada do sigilo, o conteúdo da petição da PGR e os despachos de Moraes tornam-se públicos. Na decisão, o ministro também autorizou medidas como o monitoramento das redes sociais de Eduardo Bolsonaro e a coleta de depoimentos de outras autoridades, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, pai do parlamentar.

A oposição denuncia a ação como mais uma ofensiva do Supremo contra adversários políticos do governo Lula, em meio a um ambiente cada vez mais tenso entre os Poderes. Parlamentares da base bolsonarista acusam Moraes de extrapolar suas competências e utilizar o Judiciário como instrumento de perseguição.

Eduardo Bolsonaro ainda não se pronunciou oficialmente após a retirada do sigilo, mas já havia classificado a investigação como “perseguição política” e “censura travestida de legalidade”.

A medida acirra ainda mais o clima político em Brasília, num momento em que a direita começa a se mobilizar para as eleições municipais deste ano e para a sucessão presidencial de 2026.