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PT decide usar cédulas de papel em eleição interna após impasse com urnas eletrônicas

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Brasília (DF) Em uma reviravolta curiosa, o Partido dos Trabalhadores (PT), conhecido por sua defesa incondicional das urnas eletrônicas e por atacar qualquer crítica ao sistema eleitoral brasileiro, decidiu que sua eleição interna de 2025 será feita exclusivamente com cédulas de papel. A decisão foi tomada após o partido enfrentar dificuldades para obter o empréstimo das urnas eletrônicas junto aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs).

A votação está marcada para o dia 6 de julho, com possibilidade de segundo turno em 20 de julho. O pleito definirá os novos dirigentes municipais, estaduais e o próximo presidente nacional da legenda.

🤔 O impasse com as urnas

Em março, o PT solicitou ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o uso das urnas eletrônicas. A presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, repassou a decisão aos TREs, que avaliaram individualmente os pedidos. Até o momento, ao menos quatro estados (Alagoas, Minas Gerais, Espírito Santo e Pernambuco) negaram o empréstimo, alegando problemas logísticos e de segurança.

Sem garantia de uniformidade no processo, o partido decidiu abandonar o pedido e recorrer ao voto impresso em todo o país método que, ironicamente, já foi tachado de “retrocesso” pelo próprio PT em diversas ocasiões.

🧩 Candidatos e o novo cenário

Entre os nomes que disputarão a presidência nacional do partido estão:

  • Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara e favorito de Lula;
  • Rui Falcão, deputado federal e ex-presidente da legenda;
  • Romênio Pereira, secretário de Relações Internacionais do partido;
  • Valter Pomar, voz da ala mais radical;
  • Dani Nunes, suplente de vereadora no Rio de Janeiro.

A eleição marcará a volta ao modelo de participação direta dos filiados, após 12 anos de votações indiretas. Estão aptos a votar apenas os filiados que se cadastraram até 28 de fevereiro.

📉 Incoerência reveladora?

A decisão levanta questionamentos: se o partido do governo federal opta pelo voto em papel para garantir confiabilidade e uniformidade no próprio processo interno, por que o mesmo partido rechaça com veemência qualquer debate sobre aperfeiçoamento ou auditoria das urnas eletrônicas?

Ao que tudo indica, o “voto impresso”, tão criticado nos palanques e nos editoriais aliados, volta a ser confiável ao menos quando os interesses do PT estão em jogo.

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