Brasil
“Só 34 segundos”: cobertura da Globo sobre Juliana Marins revolta internautas e escancara blindagem ao governo Lula

A morte trágica da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, após cair em uma trilha no vulcão Rinjani, na Indonésia, ganhou destaque nas redes sociais, mas passou quase despercebida no principal telejornal do país. O Jornal Nacional dedicou apenas 34 segundos ao caso na edição desta quarta-feira, 25, o que gerou indignação generalizada entre os internautas e levantou acusações de omissão midiática para proteger o governo Lula.
Juliana ficou por mais de quatro dias à espera de resgate em uma área remota da montanha, com ferimentos graves. Segundo relatos de familiares, o socorro não chegou a tempo. O governo brasileiro tem sido criticado pela lentidão e aparente desinteresse em prestar apoio urgente à cidadã em situação de emergência fora do país.
Influenciadores, guias turísticos e páginas de viagem destacaram que uma resposta diplomática rápida poderia ter mudado o desfecho da tragédia. Em vez disso, prevaleceu a inércia. O sentimento é de abandono, agravado pela forma superficial com que a imprensa tradicional tratou o assunto.
Durante a edição do JN, usuários das redes sociais lembraram o uso recorrente de aviões da Força Aérea Brasileira por ministros e autoridades para compromissos não emergenciais. A ministra Anielle Franco, por exemplo, utilizou aeronave oficial para ir à final da Copa do Brasil. Enquanto isso, uma brasileira agonizava sem socorro a milhares de quilômetros de casa.
Outro caso citado é o da ex-primeira-dama do Peru, Nadine Heredia, condenada por corrupção, que recebeu asilo político do presidente Lula e foi trazida ao Brasil com agilidade. Para uma aliada ideológica, o governo agiu. Para uma cidadã comum, silêncio e negligência.
A página de entretenimento Alfinetei resumiu a indignação: “34 segundos. Foi o tempo que o Jornal Nacional achou suficiente para noticiar o resgate do corpo de Juliana Marins. Uma brasileira esquecida até no fim.”
As críticas não se limitaram à emissora. “Isso porque foi no governo Lula”, comentou um usuário. “A Globo virou assessoria de imprensa do Planalto”, disse outro. “É por isso que querem calar a internet”, concluiu um terceiro.
O caso de Juliana expôs mais uma vez a seletividade da mídia e o desprezo do atual governo por brasileiros comuns. Para muitos, a dor da família foi tratada com descaso institucional e cobertura midiática estratégica para evitar desgastes à imagem do presidente.
