Brasil
Cid nega que Bolsonaro tenha assinado minutas para estado de defesa ou sítio

Em depoimento ao Supremo Tribunal Federal, o tenente-coronel Mauro Cid negou que o ex-presidente Jair Bolsonaro tenha assinado qualquer minuta relacionada à decretação de estado de defesa ou de sítio durante o seu governo.
O interrogatório, conduzido pelo ministro Luiz Fux, integra a investigação que apura suposta tentativa de golpe de Estado. Ao ser questionado diretamente sobre o envolvimento de Bolsonaro com documentos golpistas, Cid foi taxativo: “Não foi assinado. Em nenhum momento.”
Apesar de confirmar que o então presidente teve acesso a minutas com sugestões radicais, como a prisão do ministro Alexandre de Moraes e mudanças no comando das Forças Armadas, Cid destacou que não houve oficialização de nenhuma dessas ideias.
Pressões e bastidores
Cid também afirmou que houve pressões por parte de alguns militares para que Bolsonaro tomasse medidas mais duras após o resultado das eleições de 2022, mas reforçou que as conversas não passaram do campo das sugestões e discussões internas.
“A ideia circulava, mas não houve ordem, assinatura nem movimentação real. Pareciam mais desabafos do que planos”, teria dito o ex-ajudante de ordens.
Defesa de Bolsonaro
A defesa de Jair Bolsonaro avalia que o depoimento fortalece a tese de que não houve qualquer tentativa concreta de golpe. Segundo os advogados, o presidente apenas ouviu ideias que lhe foram apresentadas, sem jamais levá-las adiante.
O ex-presidente deve prestar depoimento ao STF nos próximos dias. A expectativa é de que ele negue qualquer intenção golpista e reforce a versão de que seguiu dentro das quatro linhas da Constituição.
